Termo, elaborado pela ONU, estabelece reputação e responsabilidade com futuro do planeta
O estudo “Sustentabilidade na Agenda das Lideranças”, realizado pela SAP com mais de 400 executivos da Argentina, Brasil, Colômbia e México revelou que o número de companhias latino-americanas que iniciaram ou aceleraram estratégias de desenvolvimento sustentável nos últimos meses chegou a 69%. Em 2021, o investimento em ESG era de 46%.
Com esses dados fica claro que, cada vez mais, falar sobre crescimento sustentável nas organizações se torna uma prioridade. Para entender melhor o que é ESG e a sua importância em termos de integração da lucratividade e das preocupações ambientais, sociais e de governança, continue a leitura deste artigo.
O ESG, sigla em inglês que se refere às palavras Environmental, Social e Governance (Ambiental, Social e Governança), tem ganhado mais importância a cada ano na prática das empresas brasileiras. O termo apareceu pela primeira vez no relatório “Who Cares Win” (ganha quem se importa, em tradução livre), elaborado pelo Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com o Banco Mundial.
Na publicação, o então secretário-geral da entidade, o ganês Kofi Annan, questionou cinquenta CEOs de grandes bancos e investidoras sobre como trabalhar no mercado de capitais, que busca sempre o lucro acentuado, sem deixar de lado preocupações com o meio-ambiente, a sociedade e sobre a forma como o negócio é gerenciado.
No documento, a ONU estabelece que as empresas devem estar conscientes dos impactos que geram no ecossistema em que atuam. E que as companhias que pretendem realizar uma política efetiva de ESG precisam potencializar os impactos positivos sobre a sociedade, minimizando os negativos.
Portanto, o ESG se trata de um conjunto de práticas e padrões que visam avaliar se a operação de uma empresa é sustentável, socialmente consciente e administrada de maneira correta. Assim, os seus pilares atuam como critérios que avaliam a sustentabilidade de um negócio além dos dados financeiros.
As preocupações sobre as consequências da atividade empresarial sobre o meio ambiente ganharam relevância no Brasil nos últimos anos. O país passou por vários desastres ambientais recentemente, como o vazamento de óleo na costa do Nordeste, a tragédia de Brumadinho, ambos em 2019, e a devastação da Amazônia pela exploração predatória de recursos naturais, que vem se acentuando.
Confira, com mais detalhes, o que significa cada uma das siglas do ESG significam:
Environmental (ambiente)
É a conservação do meio ambiente, contemplando pontos como:
ações voltadas para a redução das emissões de carbono;
cuidados com a poluição do ar e da água;
diminuição do desmatamento, dos resíduos e de consumo de recursos energéticos;
a logística reversa de produtos;
posicionamento em relação às questões das mudanças climáticas;
a política de negociação com fornecedores.
Social
Trata-se das relações que a organização tem com os indivíduos inseridos em seu ecossistema, como colaboradores, parceiros, consumidores etc. Os principais pontos dentro dessa esfera são:
taxa de turnover e absenteísmo;
benefícios corporativos;
programas de treinamento e desenvolvimento;
remuneração competitiva;
o relacionamento com os fornecedores;
a gestão de relacionamento com o cliente;
políticas corporativas relacionadas à diversidade e inclusão e prevenção ao assédio;
cuidados com a saúde física e mental do funcionário.
Governança
Diz respeito à administração da empresa, ou seja, o sistema interno de práticas que são adotadas para tomar decisões, gerir, atender as necessidades dos stakeholders etc. O ESG visa compreender se a gestão executiva e o conselho atendem os interesses de todos os envolvidos com a empresa. São analisados pontos como:
transparência financeira e contábil;
relatórios financeiros completos e honestos;
práticas anticorrupção;
responsabilidade fiscal;
gestão de riscos;
independência, diversidade e equidade no conselho;
garantia dos direitos dos acionistas.
Quais são as vantagens de investir em estratégias de ESG?
O desenvolvimento sustentável é fundamental para a empresa em si e todos que se relacionam com ela de alguma forma: clientes, fornecedores, parceiros etc. As organizações brasileiras estão investindo cada vez mais em ESG e enxergando o valor desse tipo de estratégia.
“Várias empresas, algumas gigantes multinacionais brasileiras, já estão preocupadas com o ESG. Entenderam que o valor da sua ação vai melhorar se assumir compromissos com as gerações futuras. Essa é uma tendência predominante na agenda das empresas brasileiras”,
analisa o executivo Rodolfo Gutilla, que é palestrante da Spotlight.
Embora ainda não haja uma padronização no mundo corporativo sobre como medir o grau de engajamento da empresa em relação ao ESG, é possível demonstrar que boas práticas fazem gerem diversos benefícios, entre eles:
Fortalece uma imagem positiva no mercado
Não é novidade que os consumidores estão mais exigentes. Cada vez mais prestam atenção na atuação das empresas com as quais se relacionam para ter certeza de que elas estão alinhadas aos seus princípios e valores.
Ao mesmo tempo, quem está em busca de uma oportunidade no mercado também avalia as vagas de acordo com a postura da organização em relação às preocupações ambientais, sociais e de governança.
Aumenta o engajamento dos colaboradores
Um dos pontos do ESG é o “social”, que é importante para os colaboradores da empresa. Estratégias voltadas para a saúde e o bem-estar são capazes de aumentar a motivação e a satisfação.
Se bem executadas, tais ações podem fortalecer o vínculo entre a organização e os funcionários, o que reflete na redução de taxas de absenteísmo e turnover e aumento da produtividade.
É fundamental que os profissionais sintam que fazem parte de um ambiente de trabalho que valoriza o cuidado com o próximo e, assim, sentem que estão inseridos em uma organização pautada pela justiça e o propósito.
Eleva a confiança dos stakeholders
Outro benefício de se investir em ESG é o fortalecimento do relacionamento com os stakeholders, como investidores, fornecedores e clientes. É fundamental que eles enxerguem o compromisso da empresa com outros fatores além do balanço financeiro positivo.
Que tipos de estratégias de ESG podem ser implementadas nas empresas?
Não existe uma única fórmula que deve ser seguida por todas as empresas. Cada uma deve analisar o seu próprio contexto para traçar um diagnóstico e, assim, uma estratégia focada em ESG.
Vale ressaltar que algumas práticas demoram anos para surtirem efeito, enquanto outras geram um impacto imediato. É preciso equilibrar tudo isso na estratégia e, para os planos saírem do papel, a recomendação é criar um conselho de ESG com líderes do projeto.
Confira alguns exemplos de ações que podem ser implementadas em cada sigla do ESG:
Ambiental
adoção de áreas de florestas para a conservação, plantio de árvores nativas para compensar as emissões poluentes;
redução do consumo de recursos naturais;
gerenciamento de resíduos sólidos e líquidos para prevenir a poluição do solo, água e ar;
mudanças em embalagens de produtos com o objetivo de criar opções recicláveis e compostáveis.
Social
cultura organizacional focada em segurança psicológica e bem-estar emocional;
comitês de diversidade e inclusão;
programas de qualidade de vida visando equilíbrio entre a vida pessoal e profissional;
programas de desenvolvimento para colaboradores;
segurança e sustentabilidade nas instalações da empresa;
implementação de políticas educacionais e de convívio e assistência social para a comunidade de forma geral;
Governança
elaboração de um sistema de compliance;
treinamento para as lideranças;
gestão dos riscos corporativos da organização incluindo aspectos operacionais, econômico, sociais e ambientais;
adoção de um conselho de administração com integrantes independentes e com competências e diversidade necessárias para o crescimento do negócio;
práticas internas e com o mercado pautadas em princípios de transparência e ética.
Como gerar conversas relevantes sobre ESG nas empresas?
O comitê de ESG é uma excelente forma de garantir que a organização não fique apenas no discurso e, de fato, execute estratégias que farão a diferença. Além disso, também é possível levar o assunto para o dia a dia de trabalho por meio de palestrantes que são especialistas em desenvolvimento sustentável.
Na Spotlight, por exemplo, contamos com o Rodolfo Gutilla em nosso portfólio de palestrantes. Mas podemos ir atrás de outros nomes de acordo com as necessidades da sua empresa para garantir os melhores resultados.
Falar sobre ESG é o ponto de partida para garantir que todos os colaboradores estão alinhados e entendem o comprometimento da organização com o crescimento sustentável. Quer saber como levar palestrantes estratégicos para a sua empresa? Entre em contato com a Spotlight!
Comments