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Entenda o que é Design Thinking e como essa abordagem colaborativa pode beneficiar a sua organização

Um dos grandes desafios que as pessoas enfrentam no mercado de trabalho atual é suportar a pressão por resultados imediatos. Isso faz com que, na maioria das vezes, se opte pelo caminho mais seguro e menos arriscado, o que nem sempre é benéfico para os negócios. O design thinking, por sua vez, proporciona uma liberdade que é fundamental quando falamos sobre a busca por novas formas de solucionar problemas e desafios do dia a dia de trabalho.


Estamos nos referindo a uma abordagem que revolucionou a relação entre pessoas e soluções criativas. Essa liberdade é importante para sair da caixinha e ser capaz de apostar em caminhos que podem até ser mais arriscados, mas que ao mesmo tempo proporcionam uma dose de inovação para os negócios.


Neste artigo, você poderá aprender mais sobre design thinking, seus benefícios e como aplicá-lo na sua empresa. Confira!


O que é Design Thinking?


O design thinking é uma abordagem pautada na solução de problemas de forma coletiva e colaborativa. Nos casos em que a metodologia é aplicada dentro de organizações, o Design Thinker (como é chamado o profissional que utiliza o Design Thinking) estudará qual é o problema que o consumidor espera resolver comprando o seu produto ou serviço.


Este processo, que acontece pela aplicação de diversas ferramentas, acelera a inovação e a solução de problemas mais complexos porque proporciona mais elementos para o profissional trabalhar. De acordo com Idris Mootee, em seu livro Design Thinking for Strategic Innovation:

“O Design Thinking é o equilíbrio entre negócio e arte, estrutura e caos, intuição e lógica, conceito e execução, ludicidade e formalidade, controle e empoderamento.”

É importante entender que em um processo de design thinking as pessoas são colocadas no centro. E isso não quer dizer apenas o consumidor final, mas todos os envolvidos na ideia, portanto, o trabalho é feito com equipes multidisciplinares para que se possa reunir o máximo de perspectivas diferentes.


Além disso, essa abordagem não conta com uma fórmula específica para a sua implementação, pois se trata da criação de condições necessárias para maximizar a geração de insights e a aplicação prática de cada um deles. Cada empresa pode, portanto, conduzir o processo de forma diferente, mas existem algumas etapas que podem ser seguidas em todos os casos.


Para Reinaldo Campos, especialista no tema e palestrante da Spotlight, o design thinking:


“[...] traz, como estilo de resolução de problemas, é passarmos um tempo com o problema, investigando a natureza dele, com um pensamento divergente, porque ele vai abrir a nossa cabeça para buscar outras variáveis e situações diferentes, comparações ... Porque quanto mais a gente abre a nossa perspectiva no momento de lidarmos com o conhecimento do problema, mais opções teremos para resolvê-lo lá na frente”.

Quais são os três pilares do design thinking?


Para se aprofundar no assunto, é importante entender que o design thinking é estruturado a partir de três pilares. Confira:

Empatia


“A empatia é a capacidade de olhar para as pessoas que trabalham na empresa a partir da perspectiva delas, entendendo suas necessidades. O desafio é olhar o potencial e as responsabilidades que as pessoas têm e como posso alinhar com as necessidades, as diretrizes e a cultura organizacional da empresa de uma maneira empática”

, explica Reinaldo Campos.


A produtividade e os objetivos da organização serão alcançados de maneira mais rápida e eficiente se houver empatia em todas as esferas de trabalho. Ao gerar um ambiente mentalmente saudável para seus funcionários, o líder da empresa deixa de ser meramente o chefe que dá ordens, e passa a ser a pessoa que estimula a criatividade e ouve ideias, que discutidas coletivamente, vão gerar a adoção de soluções para as demandas do mercado.


Ninguém gosta de trabalhar em um local em que a pressão seja esmagadora e a relação da chefia com os subordinados ocorra de maneira autocrática e opressiva. Quando o ambiente é de empatia entre todos, com estímulo à diversidade, seja de gênero, classe social, orientação sexual, raça, entre outras diferenças, cria-se um espaço para que novas ideias surjam, sejam testadas e adotadas com mais naturalidade. É onde a inovação flui com mais força.


“A empresa precisa saber que, ao adotar uma nova ideia, pode cometer erros. É importante que a organização esteja aberta a arriscar e possa aprender com esses pequenos experimentos, incluindo os que não deram certo. A partir daí, junto com as pessoas, de maneira empática, irá tomar melhores decisões”,

explica Reinaldo.


Abordagem semelhante ocorre quando a necessidade é de ouvir o ponto de vista de quem não trabalha na organização. Por exemplo, quando a empresa inicia o trabalho de desenvolvimento de novos produtos ou serviços. Ao usar uma abordagem empática, ou seja, colocando-se efetivamente no lugar do outro, a organização irá entender as necessidades ou dores de seus clientes.


Colaboração


A partir do momento em que a organização entende profundamente quais são as necessidades desse público e o porquê de elas não estarem sendo resolvidas, poderá pensar iniciativas que atendam a esses desejos. Essas soluções serão necessariamente coletivas.


Não há no design thinking uma ideia que tenha sido elaborada exclusivamente pela mente de um chefe ou membro da equipe. É preciso a participação de todos. A solução será sempre coletiva.


“Não adianta tomarmos uma decisão autocrática, que venha de cima. Como é que a gente trabalha colaborativamente? Na gastronomia, quando colocamos os ingredientes, levamos ao forno, tiramos, experimentamos e a receita deu certo, falamos que chegamos ao ponto doce. O design thinking é achar esse ponto doce. Isso é a colaboração. É trazer várias pessoas para dentro da conversa e pedir para que todo mundo ajude. E sacar que, uma hora vai ser preciso voltar um pouquinho atrás para depois avançar. É todo mundo contribuindo na intenção de encontrar esse ponto doce”,

acrescenta o consultor.


Anos atrás, os engenheiros da divisão de equipamentos de saúde da General Electric tiveram que enfrentar um problema inusitado. As crianças tinham medo dos grandes aparelhos usados nas salas de exames, como os de ressonância magnética e diagnóstico por imagem. Muitas precisavam ser sedadas para passar pelo procedimento médico, o que estava longe de ser um método ideal.


A solução não veio através do aperfeiçoamento do maquinário, mas com a ideia de membros da equipe que tiveram a capacidade de encarar o ambiente hospitalar com os olhos infantis. Assim, a sala de exames foi transformada, virando um espaço lúdico, capaz de atrair afetivamente as fantasias das crianças. As paredes do hospital foram pintadas com desenho de um navio pirata. A mesa de exame se tornou o centro de um naufrágio. Até os sons de fundo, reproduzidos pelo equipamento, foram mudados, contribuindo para simular a brincadeira.

“Quanto mais diversidade houver na equipe, melhor. É preciso que haja diversidade étnica, racial, de gênero, orientação sexual, etc. Esses diferentes perfis vão trazer maior contribuição às discussões. É preciso colocar todo mundo nesta conversa”, aconselha Reinaldo.


Experimentação


A experimentação é o momento em que se coloca em prática tudo que foi discutido. Ao experimentar e testar diversas possibilidades é possível inovar em diversos produtos e serviços.

Visto que o sucesso nunca é uma certeza absoluta, a experimentação existe para que se possa errar o mais rápido possível e fazer os ajustes necessários, reduzindo assim as perdas. Apesar de parecer algo simples, o mercado é muito falho nesse processo e a falta de testes acaba gerando vários problemas para o negócio.

Quais são as etapas do design thinking?


Apesar das particularidades de cada processo, o design thinking pode ser dividido em 4 principais etapas, confira:


Imersão


A imersão nada mais é do que um aprofundamento em tudo o que envolve a empresa. Pode ser realizada uma análise SWOT, coletas de feedbacks e um aprofundamento nas políticas organizacionais e no desempenho dos colaboradores. Essa etapa é fundamental porque é a partir de um conhecimento completo sobre o negócio que é possível estruturar soluções realmente eficazes.


Lembrando que também é importante ir além dos processos internos da organização e considerar fatores externos, como a situação política e econômica do país.


Ideação


O processo de imersão irá auxiliar na identificação dos pontos que devem ser aprimorados no negócio. Feito isto, a próxima etapa é a ideação, que nada mais é do que o momento de produzir ideias relevantes para traçar melhorias estratégicas. Nesse ponto, as técnicas de brainstorming são muito bem-vindas.


Prototipação


Na ideação são reunidas várias possibilidades e ideias. A prototipação é o momento em que se coloca um filtro para escolher aquelas que têm maiores chances de sucesso.


Para reduzir os riscos de falhas, é recomendado criar protótipos do que foi idealizado antes de investir na execução. Assim, os testes poderão validar se a ideia precisa ser aprimorada ou eliminada.


Desenvolvimento


Por fim, o desenvolvimento é a etapa em que tudo sai do papel de fato. É nesse momento em que as áreas de comunicação e marketing entram em ação para vender ao público aquilo que foi criado. Lembrando que o processo não termina no desenvolvimento, pois é necessário um monitoramento constante para identificar pontos de melhoria na operação.


Por que o design thinking é importante para as empresas?


O design thinking não é uma abordagem apenas para grandes empresas. Cada vez mais vemos pequenas e médias empresas estão utilizando a perspectiva colaborativa e multidisciplinar para lidar de maneira mais criativa com os desafios dos negócios.


O design thinking se destaca por ter um custo de implementação muito baixo e ser capaz de gerar uma excelente vantagem competitiva. Portanto, investir nessa abordagem é importante porque ela se torna um grande diferencial diante da concorrência porque auxilia a empresa a encontrar respostas criativas e inovadoras para as questões do negócio.


Além do impacto positivo na balança financeira, o design thinking também é interessante por unir profissionais diversos, o que contribui para o clima organizacional, a produtividade e o sentimento de pertencimento e valorização.


Como aplicar o design thinking na sua empresa?


Para implementar o design thinking na sua empresa é necessário garantir que haja uma cultura em que há espaço para esse tipo de abordagem, ou seja, todos precisam se sentir confortáveis para criar e apresentar ideias.


A cultura organizacional, portanto, é uma das grandes responsáveis por garantir os processos de design thinking. As lideranças precisam estar alinhadas e prezar por um ambiente colaborativo, aberto a sugestões e tolerante aos erros.


Além disso, para a abordagem não ser baseada em achismos, é importante adotar uma estratégia voltada para a coleta e análise de dados que irá embasar todo o processo.


Design thinking: foco em inovar sem receio de falhar


Quando há a percepção clara das necessidades de consumidores e clientes é possível direcionar seu negócio para atendê-las, abandonando conceitos ultrapassados e propondo inovação.


Nos anos 1940, os irmãos Dick e Mac McDonald utilizaram uma ferramenta similar ao design thinking para transformar seu restaurante especializado em churrasco. Eles perceberam que a maioria dos clientes preferia comer hambúrguer, não gostava de esperar pela comida e tinha o costume de pedir sempre os mesmos itens do cardápio.



A partir dessas informações, os irmãos McDonald 's decidiram elaborar um novo modelo de negócio. Reduziram o número de itens do menu, oferecendo apenas aqueles com maior demanda. Também redesenharam a cozinha do empreendimento para que as refeições fossem servidas o mais rápido possível.

A partir de então, o restaurante foi capaz de entregar a refeição apenas 30 segundos após o pedido. A lanchonete McDonald 's mudou o conceito de como servir comida, criando os fast foods, amplamente disseminados em todo o mundo.




Para atingir o sucesso no empreendimento, portanto, muitas vezes é preciso abandonar modelos estabelecidos e propor novidades que surpreendam o público. Daí surge uma das dificuldades de implantação do design thinking nas organizações: o receio de falhar.


“As pessoas têm pavor de errar e não querem se arriscar para aprender. Fazem o convencional, o que já está traçado. Porque, se errar, será ridicularizado pelos colegas, vai receber punição, não vai ganhar bônus. Toda a estrutura está esquematizada para que as pessoas não se arrisquem e não errem.


É preciso mudar esse paradigma das organizações, que está muito pautado na lógica da indústria, de produzir bens de consumo com o mínimo de variação. Se queremos inovar, temos que desviar. E muito. Não dentro de um limite padrão. Tem que

desviar para aprender o que mais é possível fazer dentro desse mundo VUCA que vivemos”,


acrescenta Reinaldo, referindo-se à sigla em inglês para volátil, incerto, complexo e ambíguo, que define as transformações aceleradas do planeta em áreas como negócios e tecnologia.




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