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Pandemia acelera migração para e-commerce, mas lojas físicas se mantêm com experiência

Com desaceleração de crise sanitária comércio online manteve nível de crescimento


A pandemia, que obrigou boa parte da população a permanecer em casa, para não propagar o vírus, fez diferentes setores da economia se adaptarem ao home office, gerou profundas transformações no comércio. Com o fechamento das lojas físicas durante meses, empresas varejistas tiveram que migrar boa parte de suas operações para canais de vendas online, buscar o comércio local para se aproximar dos clientes e oferecer serviços de entrega ou retirada.


“Houve um aumento nesta demanda bastante grande principalmente porque muitos desses negócios, para continuar operando, tiveram que criar e desenvolver o online. Aqueles que já tinham esse canal de vendas tiveram que aprimorar a entrega a domicílio ou o take out”,

analisa o empreendedor Fred Alecrim, que foi consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).


“Alguns desses segmentos são essenciais, como alimentação e remédio. Já havia uma tendência por parte do consumidor para o online. Então, é claro que acelerou. Já os negócios tiveram que se atualizar porque muitos clientes já estavam no online e não tinham tantas opções”

, acrescenta.


Neste momento, em que há desaceleração da pandemia, grande parte da população brasileira se encontra vacinada e diversos setores voltaram à normalidade, a ideia era que o e-commerce perderia fôlego. As pessoas ficaram muito tempo em casa nos últimos dois anos e a vontade de sair, se divertir e passear estavam bastante represadas.


A realidade, porém, mostra que o comércio online manteve o vigor. Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (ONU-UNCTAD), o aumento significativo do e-commerce gerado pela pandemia em 2020 não refluiu com a desaceleração da crise sanitária. De acordo com a pesquisa, 53% dos consumidores haviam feito compras online antes da pandemia, em 2019, número que chegou a 60% após o início da crise sanitária. O relatório examinou índices de 66 países com estatísticas disponíveis.


O crescimento do online variou entre os países devido ao grau diferente de acesso das pessoas aos meios digitais. Nações mais desenvolvidos já contavam com mais de 50% da pop


ulação adepta às compras online bem antes de o coronavírus aparecer em Wuhan, na China. Por outro lado, cidadãos de países mais pobres tinham menos confiança nessa modalidade de negócio. Em ambos, porém, a pandemia gerou crescimento no e-commerce.


Os números que mais chamam a atenção são o

s que se referem ao montante comercializado no online. Segundo estatísticas dos sete maiores PIBs do mundo (EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, Índia e França), as vendas online geraram faturamento de US$ 2 trilhões em 2019. No ano seguinte, esse montante chegou a US$ 2,5 trilhões. Esse número não deixou de crescer no pós-pandemia. Em 2021, o comércio eletrônico movimentou US$ 2,9 trilhões nesses países.

É um claro sinal de que as lojas físicas entraram em decadência e que a tendência moderna do consumo é o cliente escolhendo produtos e serviços a partir das imensas plataformas digitais disponíveis? Não é bem isso. Há uma outra tendência que o pós-pandemia deve acentuar: a transformação desse comércio presencial.


“Não acredito que a loja física vá morrer, mas a loja chata sim. O que não é uma loja chata? É aquela que vai além do produto, que tenha serviços, que entende e desenvolve uma jornada de consumo e uma experiência a partir dessa jornada que faz com que as pessoas encontrem o que precisam, o que querem e o que podem pagar”


“O ponto de venda foi substituído por ponto de experiência. É muito mais do que vender produto. É fazer com que o cliente saia e recomende essa experiência para outras pessoas”

acrescenta o consultor.


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